AMIGO IMAGINARIO (CREEPYPASTA)

| quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021 | |
Estou escrevendo isso só por que meu psiquiatra me recomendou. Disse que escrever em uma espécie de diário, faria com que eu pudesse amenizar a minha dor. Eu disse a ele, que tinha um amigo imaginário. 

E esse amigo sempre esteve comigo nas horas mais difíceis, e me ajudou como nunca ninguém ajudou antes... E me fez companhia. 

Ele sempre aparece durante as madrugadas, usando sua bela forma e suas palavras gentis para me acalmar durante uma tormenta.

Dia 1

Querido diário, hoje levantei cedo por ouvir a voz dele. As vezes ele me assusta... Aparecendo abruptamente durante a madrugada, e me observando fixamente sem desviar o olhar sequer um segundo. 

Ele diz em uma linguagem estranha coisas que eu não sou capaz de compreender. Sempre tomo meus remédios quando isso acontece, e algumas vezes isso funciona. 

O médico me disse que isso que tenho pode ser apenas uma projeção de minha mente. Fui diagnosticado com esquizofrenia, e sempre vejo pessoas andando em minha casa. 

Uma mulher estava me observando hoje. Ela... Ela não tinha boca, e possuía vários cortes em seu rosto. De início me assustei, e fiquei o dia inteiro pensando nela. Meu amigo me diz que ela é ruim... E que eu deveria só ignorá-la.

Dia 2

Hoje eu ouvi vozes vindo do meu porão. Eram quase que inaudíveis, no entanto eu conseguia ouvi-la dizendo: "Morra. Morra. Morra." 

Quando percebi, meus olhos estavam cheios de lágrimas quando vi rapidamente um homem de pé, com o corpo todo rasgado me observando do corredor.

Meu amigo estava em minha frente, olhando de volta para o homem que até então estava apenas ali, parado me encarando.

— Melhor ficar longe dele.

Disse.

Então eu fui até meu quarto e me isolei o resto do dia. Temendo o que poderia ter acontecido com aquele homem... Parecia horrível. E antes de entrar em meu quarto, eu pude vê-lo sorrindo.

Dia 3

Hoje eu andei pelo corredor para ir até o banheiro e vi que o homem não estava mais lá. Jack me disse que ele poderia ter ido embora durante a noite quando percebeu que eu não estava mais prestando atenção nele.

— Você deve ter olhos só para mim.

Disse ele, com um sorriso nos lábios...Mas não era um sorriso gentil, e sim bizarro.

Me assustei quando vi, e me afastei dele rapidamente.

Fui até o meu médico e ele me disse que está ficando cada vez pior. Me passou mais medicamentos, e agora já não sei mais quem sou.

De uma forma eles me ajudam com as pessoas aparecendo diante de mim. Entretanto me deixa cansado, e as vezes com a visão turva. Mal consigo ficar de pé durante todo o dia. 

Me isolei no quarto outra vez, com as mãos sobre a cabeça encolhido no canto da parede....Eu não queria ver ninguém...

Eu já estava cansado de toda essa merda.

Eram tantas e tantas vozes em sincronia dizendo sempre o mesmo: "Morra" "Estúpido" "Morra" "Inútil. " "Fraco".

Estou cansado disso tudo.

Seria melhor se eu não existisse, assim eu não passaria por isso.

Meu amigo imaginário chamado Jack me diz que devo permanecer forte. Mas eu posso ver em seus olhos... A mentira.

Dia 4

Acordei com passos vindos do corredor. Eram passos firmes, pisando sobre o chão. Abri a porta de meu quarto e percebi que era Jack. Havia outra pessoa com ele, e esta estava toda desfigurada. 

Meu corpo começou a tremer e minha visão escurecer. Seria estes os efeitos colaterais dos remédios?

— Isso só é coisa de minha cabeça. Isso só é coisa de minha cabeça!

Dizia a mim mesmo.

Voltei para trás, fechando logo a porta.

Há meses que não saio de casa. Estou apenas trancado neste quarto, ouvindo vozes e vendo pessoas mortas.

Eu disse ao meu médico o que via, e que Jack estava ficando cada vez mais estranho. Eu podia jurar que vi sua verdadeira forma. E era... Horrível.

— Doutor. Eu vejo... Eu vejo pessoas mortas! Elas estão andando pela minha casa, e quando acordo vejo elas com um sorriso perturbador em seus lábios! E... 

Sua aparência... Sua aparência é indescritível. Sempre cheios de sangue, e faltando algum membro. 

Alguns são tão horríveis que não consigo nem sequer olhar. 

Eu ouço as vozes dizerem que eles querem me matar. O que eu devo fazer?

— Seu amigo imaginário. Ainda o vê?

— Sim.

— Essas pessoas. Elas interagem com você? Falam alguma coisa?

— Não... Elas apenas... Ficam me observando.

— Entendi. Olhe, você precisa entender que isso não existe. Está tomando os remédios que passei?

— Estou sim. Mas não vejo efeito algum doutor. Eu... Estou enlouquecendo! 
Eu sei que não vou aguentar por muito tempo.

— Fique calmo. Vai dar tudo certo... Se continuar tomando os remédios, tenho certeza que isso tudo ira parar.

Ele sempre me dizia isso. Mas o que eu vejo... Me aterroriza...Estou completamente cansado.

Posso ouvir gritos em minha mente...

Acho que...

A casa foi vasculhada pelas autoridades por dizerem sentir um forte odor vindo dela. 
Quando encontraram diversos corpos enrolados em sacos plásticos dentro do porão. 

No quarto, havia um rapaz com um frasco de remédios nas mãos debruçado sobre o chão.

Os médicos tentaram ressuscitar, mas sem sucesso.

Descobriram que estava tomando medicamentos para esquizofrenia e distúrbios de pensamentos.

Seu psiquiatra disse que ele via muitas pessoas mortas.

E que jamais imaginou que ele poderia ter matado alguém.

Jack, ria da situação achando tudo isso divertido.

Olhando para o corpo dele, e em como ele não suportou viver com a culpa.

E não fazia ideia de quantas pessoas havia matado.

O médico disse que o seu paciente possuía um diário. Onde foi encontrado jogado no chão com marcas de sangue, incompleto.

Haviam várias ferramentas de tortura espalhados pelo porão, banhados em sangue.

— Aconteceu muita coisa cruel aqui...

Disse um dos policiais.

— Olha só o tanto de corpos que encontramos. O cara era doente!

Disse o outro.

Todos ficaram aterrorizados pela quantidade de pessoas que haviam sido mortas por ele. Assustados, e indignados.

Como um ser humano poderia cometer tanta atrocidade, tendo a mente tão cruel...

0 Comments:

Postar um comentário