POVOADO DE TANA TORAJA E A CULTURA COM OS MORTOS

| terça-feira, 14 de abril de 2020 | 0 Comments |

Os habitantes da região montanhosa de Tana Toraja, na Indonésia, acreditam que os espíritos das pessoas mortas estão presentes, para sempre, nas casas e nas vidas dos seus ente queridos. 

As características e rituais especiais daquele povo motivaram o fotojornalista Claudio Sieber a realizar uma reportagem fotográfica sobre a povoação.

Para aquele povo, a morte é o momento mais importante da vida. A pele e a carne dos mortos começam a ser tratada, logo após partirem. 

São tratados como pessoas doentes e nunca como mortos. Comem, bebem e fumam várias vezes por dia. As roupas também são trocadas regularmente. 

Mesmo após serem enterrados, é comum voltarem a ser removidos para tomarem banho, serem vestidos novamente e comerem os seus alimentos favoritos. O forte odor dos cadáveres é mascarado com a utilização de plantas secas.

O povo acredita que a preservação de um corpo traz sorte à família. É com base nesta crença que os habitantes de Tana Toraja tentam garantir que todos os que morrem devem permanecem no melhor estado possível. 

Os cadáveres são mantidos em camas, embrulhados em cobertores e ficam ali até que seja feito o funeral.

Um funeral digno, para aquela povoação, pode custar entre 700 milhões de rupias indonésias (cerca de 44 mil euros), para os mais pobres, e 3 triliões de rupias (230 mil euros) para os mais ricos.

Muitas vezes acabam por recorrer a empréstimos bancários para oferecer uma última despedida aos familiares. 

Os funerais acabam por se tornar numa celebração ao invés de um evento sombrio. 

Mesmo após a morte, existe um ritual conhecido como ''Maene - "cuidar dos ancestrais" - em que os mortos são retirados dos túmulos e dos seus caixões. 

São limpos e vestidos com roupas novas, levados até às suas antigas casas e em alguns casos levam o cadáver para fumar um cigarro aos locais que mais gostavam.

É nesse ritual que gerações se cruzam e os mais novos podem conhecer os seus antepassados pela primeira vez.

Não se sabe quando começaram exatamente os rituais mas a povoação tem sido cada vez mais um "alvo" de visitas de turistas, curiosos pela tradição e rituais daquela região.

VIRGINIA-TECH O MAIOR MASSACRE NA UNIVERSIDADE

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O maior ataque a uma instituição de ensino estadunidense ocorreu em 16 de abril de 2007 no estado da Virginia, Estados Unidos, e deixou um total de 33 mortos e 15 feridos.

O crime chocou o mundo não só pela elevada quantidade de vítimas, mas também pela maneira como foi praticado. Ao que tudo indica, um jovem planejou sozinho, milimetricamente, todo o ataque e conseguiu exterminar dezenas de pessoas em poucas horas.

Com mais um caso de massacre em locais públicos, os Estados Unidos enfrentaram novamente as críticas em relação às liberalidades para adquirir armamento no país.

Além disso, a Universidade da Virginia também foi censurada, pois, além de não dar prévia atenção aos distúrbios psicológicos demonstrados pelo atirador durante o curso, demorou em comunicar os alunos sobre o início dos ataques, que tiveram intervalos de aproximadamente duas horas. 
Muitas vidas poderiam ter sido salvas.

O MASSACRE

O massacre iniciou-se às 7:15 da manhã (horário local), quando o estudante coreano Cho Seung-Hui entrou no alojamento de estudantes West Ambler Johnston Residence Hall e fez disparos contra um homem e uma mulher. Os disparos foram feitos com uma pistola Glock 9 milímetros e outra arma calibre 22.

A polícia foi prontamente chamada e encontrou no alojamento os corpos de Emily Jane Hilscher, de 19 anos e Ryan Clark, de 22 anos.

O atirador não foi localizado e para a polícia, naquele momento ele já estaria bem longe do local do crime.

Cerca de duas horas depois o ataque continuou, o estudante caminhou quase 1 quilômetro dentro do campus da universidade, até chegar ao edifício de engenharia Norris Hall onde fez mais disparos. Desta vez foram 30 mortos e mais de 15 feridos em quatro salas de aula.

A polícia foi chamada por volta das 9:45 e teve dificuldades para entrar no prédio que estava com todas as portas trancadas por correntes pelo lado de dentro.

Ao entrar no local o cenário era assustador: algumas pessoas agonizavam em meio aos corpos caídos no chão. Um deles era o do próprio atirador que após ter feito o massacre se suicidou com um tiro na cabeça.

Segundo relato de alguns sobreviventes o atirador agiu silenciosamente e de maneira determinada. Atirava para matar e quando escutava voz de algum sobrevivente voltava atrás para cumprir com seu objetivo.

UM JOVEM SOLITÁRIO

Cho Seung-Hui, nasceu 18 de janeiro de 1984 em Seul, na Coréia do Sul e mudou-se para os Estados Unidos com sua família em busca de uma vida melhor quando tinha 8 anos.

Seus pais, Kim Hyang-im e Seung-Tae Cho e sua irmã mais velha, Sun- Kyung Cho passaram a morar em Centreville (na Virgínia) e tinham uma pequena lavanderia. Levavam uma vida 
pacata.

O jovem Cho sempre foi reservado, tinha dificuldade em interagir com as pessoas e durante a adolescência foi diagnosticado com graves transtornos de ansiedade e de depressão. 
Por este motivo fez tratamentos psicológicos até o penúltimo ano do ensino médio.

Segundo a irmã mais velha, Sun- Kyung Cho, Cho era calado, mas não agressivo “Sempre fomos uma família muito unida, pacífica e carinhosa. Meu irmão era tranquilo e reservado e tentava se integrar. Nunca pensamos que seria capaz de tanta violência”.

Cho ingressou na Universidade de Virgínia para cursar letras e na época do ataque, Cho estava com 23 anos, já estava no último ano do curso. Cho morava na própria universidade, no bloco de dormitórios Harper Hall.

Na universidade Cho apresentou um comportamento estranho ao intimidar colegas de sala para fotografar suas pernas. Além disso, sua professora Nikki Giovanni alega que o expulsou de sua aula em razão de sua postura “ameaçadora” e das poesias escritas com elementos ofensivos e obscenos. 

O jovem também incendiou um dos quartos da universidade e era acusado de perseguir colegas de classe.

Lucinda Roy, ex- decana do departamento de inglês, contou ao jornalistas que se espantou com o conteúdo dos textos do jovem e que inclusive alertou a reitoria da universidade 
em 2005.

De fato, a universidade sabia do comportamento suspeito do jovem e até a Justiça havia o orientado em 2005 a fazer tratamentos psicológicos. As recomendações foram ignoradas.

ADQUIRINDO AS ARMAS

O que chama a atenção o fato de um jovem com tantos distúrbios psicológicos ter conseguido adquirir armas e munições sem dificuldades.

Segundo as investigações, Cho adquiriu uma das armas pela internet e outra em uma loja na Virginia.

No caso, ficou clara a falha na verificação dos requisitos para constatar que Cho tinha distúrbios psicológicos e não poderia portar armas.

Esta falha pode ser justificada por um erro na comunicação entre a união e o estado da Virginia.

Nos termos da lei federal uma pessoa não pode adquirir armas se “identificada como mentalmente suspeita” ou “involuntariamente internada em uma instituição de tratamento mental”.

Ao mesmo tempo a lei estadual da Virginia impõe que os “involuntariamente internados” ou definidos como “mentalmente incapazes” serão notificados para o sistema de checagem de antecedentes.

Ou seja, na hipótese de haver alguém diagnosticado com distúrbios mentais na Virginia, o estado deverá alertar o governo para que seu nome conste na “lista federal” de impedidos de adquirir armamento.

Em relação a Cho não se sabe se o seu nome não estava corretamente inserido na lista de impedidos de adquirir armamento bem como nos seus antecedentes ou se o vendedor não fez a checagem de forma correta.