O ASSASSINO CHICO PICADINHO

| terça-feira, 12 de setembro de 2017 | |

Nascido e criado em Vila Velha, no Estado do Espírito Santo, Francisco teve uma infância muito pobre. Seu pai era exportador de café e o abandonou ainda criança, junto de sua mãe.

Já a mãe de Francisco ia trabalhar, ela deixava Francisco com uma amiga na cidade de Cariacica.
Em algumas entrevistas, o assassino revelou ter sofrido diversos abusos sexuais do marido da mulher que cuidava dele, mas que ela nunca soube, fora que Francisco ficava semanas sem ver sua mãe, já que ela raramente ia visitá-lo, além de diariamente ver este homem, que abusava dele, Francisco sempre presenciava esse homem espancando essa amiga de sua mãe.

Além disso, quando desobedecia, ele apanhava muito da mesma mulher. Um de seus passatempos na infância era algo muito cruel: matar gatos. Após crescer um pouco, voltou a viver com a mãe em Vila Velha, onde presenciava a visita de diversos homens em casa, quando ela o mandava ir para o quarto e só sair de lá após amanhecer.

E isso o fez perceber que ela se prostituía para sustentá-los. Saber deste fato, somado aos abusos que sofreu, foi um grande trauma para ele, que acumularia numa explosão de ódio futuramente.
Na adolescência, ele foi expulso de casa, após ter muitas brigas com a sua mãe.

Então ele passou a viver de pequenos serviços e alguns furtos, e logo se viciou em bebida alcoólica e outras drogas. Francisco é bissexual assumido, ele revelou à junta psiquiátrica, após ser preso pelos crimes, e que não se importava em ser passivo ou ativo, o importante era continuar sendo homem e ter muito prazer.


Gastava grande parte de seu dinheiro com jogos de azar e prostitutas. Também revelou ter esquartejado as mulheres por ter muita raiva dos abusos que sofria na infância e por sentir vergonha ao lembrar-se que a sua mãe se prostituía, como as mulheres que ele matou.

1° CRIME:

Francisco da Costa Rocha cometeu seu primeiro assassinato em 1966, na Boca do Lixo, Centro da Cidade de São Paulo. Nesta época vivia uma vida muito boêmia, com muita bebedeira e mulheres, e também usava drogas. Com o passar do tempo, sentia necessidade de ter relações sexuais diariamente, além de drogar-se e beber muito.

Seu primeiro assassinato, seguido de esquartejamento, foi em 1966. Sua vítima foi Margareth Suida, uma bailarina austríaca que vivia há poucos anos no Brasil.

Ela também era uma mulher de vida boêmia e eventualmente fazia programas sexuais. Gostava da noite e era conhecida de seus amigos. Após beberem muito e passarem por diversos bares e boates da região, Francisco a convidou para terem relações sexuais. Ela aceitou ir ao apartamento na Rua Aurora, local que Francisco dividia com Caio, seu amigo, que era médico cirurgião da Aeronáutica. Após a relação sexual, ele tornou-se violento e a atacou, passando a estrangulá-la com a mão,
e terminou o crime enforcando-a com o cinto.


Após ver Margareth morta no quarto, pensou que deveria sumir com o corpo. Tirou o trinco da porta do banheiro para melhor locomoção, ele deitou-a de barriga para cima.

Usou os primeiros objetos que estavam à sua disposição: lâmina de barbear, tesoura e faca foram os principais usados. Então ele começou a cortar os seios, depois foi tirando os músculos e cortando as articulações, a fim de que o corpo ficasse menor para escondê-lo.



Vale ressaltar que Francisco esquartejou Margareth pelo fato de ter medo das ações que viriam após ter causado sua morte, concluindo assim que teria de ocultar o cadáver.

Demorou em cerca de 3 a 4 horas até desmembrar a vítima e pô-la dentro de uma sacola ( ele sabia que o seu amigo com quem dividia o apartamento iria chegar). Quando Caio chegou, Francisco disse que tinha uma coisa para contar e falou que havia matado alguém.


Francisco não contou como, e nem por que, mas disse que o corpo ainda estava no apartamento.
Ele pediu um tempo para Caio para que pudesse avisar a sua mãe e contratar um advogado.

E de fato, ele viajou à procura da mãe. Ao chegar, avisou a uma amiga e não teve coragem de falar o que realmente aconteceu, apenas informou que algo de grave havia ocorrido, pedindo para avisar sua mãe.

Ao retornar, seu amigo Caio havia avisado ao delegado de homicídios, e Francisco acabou indo preso sem reagir.

2° CRIME:

Dez anos após o crime brutal, foi liberado por bom comportamento, mas Francisco voltou a atacar: em setembro de 1976 estuprou e tentou estrangular a prostituta Rosemarie Michelucci, em um motel da Zona Leste de São Paulo, mas ela se defendeu com chutes, mordidas, socos e gritos, conseguindo se livrar dele.

Apesar de ter levado uma facada, ela sobreviveu. Francisco conseguiu escapar. Um mês depois, em outubro, ele voltou para a Boca do Lixo. Em um bar, ele conheceu a prostituta Ângela Silva, conhecida como "Moça da Peruca".

E após beberem bastante, e acertar o preço do programa, e ele a levou a um apartamento em que vivia, alugado há poucos meses, na Avenida Rio Branco, a poucos minutos de onde estavam.


Após o ato, Francisco a espancou e a estrangulou com seu cinto. Já morta, ele a esquartejou, porém, desta vez, destrinchou sua vítima com um cuidado muito maior e tentou jogar alguns pedaços pelo vaso.

Depois de matá-la e esquartejá-la, tentando fazer com que o vaso levasse partes do corpo, não conseguiu pôr o corpo todo no vaso sanitário. Então para livrar do resto dele, colocou os pedaços dentro de uma caixa de papelão neste mesmo apartamento onde tudo aconteceu.

E então acabou fugindo em seguida para a Cidade do Rio de Janeiro, mas avisou seu amigo Caio e pediu novamente um tempo para avisar sua família e contratar um advogado.

Caio, já sabendo do crime, ficou sem saber ao certo o que deveria fazer e contatou a Delegacia de Homicídios. Francisco ou como é mais conhecido como ''Chico Picadinho''foi preso 28 dias depois, em uma praça de Duque de Caxias (Rio de Janeiro), na Baixada Fluminense, enquanto lia uma revista que relatava sua vida de crimes.


Na época, a exibição pela imprensa das fotos de suas vítimas cortadas em pedaços sensibilizou bastante a opinião pública, fazendo com que o criminoso fosse condenado a 30 anos de prisão.

De acordo com o MP, Chico é imputável, ou seja, tem total capacidade para definir o que é lícito e ilícito. “Tanto que, em nenhum momento, se cogitou reverter a prisão em medida de segurança, o que faria com que ele ficasse o resto da vida preso, como acontece com os criminosos inimputáveis,
que não têm condições de responder por seus atos.

Agora não adianta mais falar sobre psicopatia, os exames psicológicos relataram a real condição dele, portanto a liberdade é um direito”, afirmou Negrini.

Segundo o promotor, não é possível dar garantias quanto ao comportamento de Chico nas ruas, mas seu comportamento na prisão e sua idade demonstram “baixa probabilidade” de que os crimes do passado voltem a acontecer. “É agora que o Francisco sentirá o real peso dos atos praticados no passado.

Sem dúvida, ele sofrerá muito por isso. Não temos como garantir se ele irá reincidir ou não, mas o que vemos e avaliamos devido à idade e ao comportamento dentro da Casa de Custódia nos mostra pouca probabilidade de isso [assassinatos] voltar a acontecer”, finalizou.

Habito na cadeia:

Chico é responsável pela biblioteca da Casa de Custódia e sempre foi avaliado como um homem calmo, que nunca se envolveu em confusões.


Além do hábito de ler, ele também usa as horas vagas para pintar quadros. Na prisão, Chico vive em uma cela individual de oito metros quadrados, com uma cama de solteiro e lavatório.

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